domingo, outubro 05, 2008

3:30

Estou cansado, ponto. Meu cérebro já não quer mais mentir para o meu ego. Sei das minhas cicatrizes, das minhas feridas abertas e do meu corpo disforme. Seus olhos me mostram tudo isso, e tentar fechar os meus é um exercício que fadiga muito as minhas entranhas. Quando se é um leproso, um portador da peste, não há o que fazer. Apenas curvar-se, olhar o chão e tentar andar na sombra. Hoje vejo que qualquer tentativa de disfarçar minha natureza só me leva a uma situação cômica.

Agora, agradeço a você por me mostrar esta inexorável realidade. Seu asco perante a besta me levou ao último suspiro. Pois já não há nós, apenas eu e minha ânsia engolida a seco e você e seu ferrão.

Não há reação, há somente a verdade: “Tudo aquilo que o espelho revela”.

Ponto.

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