domingo, maio 11, 2008

Nota Mental:


Sobrelotado.

Não há porta, não há janelas. Não há espaço. Existe apenas o calor insuportável , umidade e brigas; muitas brigas. Cada um tem sua personalidade, porém uma origem comum. Rostos lânguidos, informes. Envoltos em seis faces grossas. Parece implausível a chegada de mais um, ou a saída. Todavia o carcereiro cumpre com louvor o seu dever, assim como o cárcere que abriga todos.

Diante de tantos entreveros, o futuro torna-se inexorável. Um silêncio tétrico que neblina o ambiente então some. Pois eu, a Vontade, sussurrei aos quatro ventos; destruindo as paredes do cativeiro denominado Medo. Neste processo de expansão irreversível, libertei todos os outros sentimentos.

Ao final, matei com minhas mãos nuas o carcereiro, Comiseração.

2 comentários:

Magaliana disse...

ótimo. Devo dizer-lhe que passei por esse mesmo processo há não muito tempo. Jurava que estava falando dos meus miolos, rs.
Boa volta ao blog!

Anônimo disse...

fazia tempo q n via um texto tao forte assim.
adorei,
pena n poder reproduzí-lo!
lamento n poder fazer jus a este pensamento, ainda..